Criopreservar? Sim ou não?

“Pais ansiosos estão a pagar mil euros pela conservação do sangue do cordão umbilical dos filhos, “comprando” um serviço cada vez mais procurado, mas cuja aplicação ainda não foi cientificamente demonstrada.”

Esta é a manchete dum jornal nacional em 2005. E hoje? Ainda é assim? Sabe-se bem que não! De facto, não se está a falar da cura milagrosa para todas as doenças, mas a aplicação real destas células já existe há alguns anos em todo o mundo.

Em setembro de 2019, um menino, com anemia aplástica grave, foi submetido a um transplante com células estaminais de sangue do próprio cordão umbilical. Um tratamento nunca antes feito em Portugal, realizado no Instituto Português de Oncologia de Lisboa. Presentemente, a criança está bem. Aqui está a resposta para aqueles que cegamente continuam a defender que é apenas um negócio de milhões.

Apesar de tudo, se está a ponderar realizar criopreservação, há algumas perguntas obrigatórias que deve fazer aos bancos de recolha que contactar, nomeadamente:

  • Qual o nível de experiência no armazenamento de amostras? Desde quando está em funcionamento? Quantas amostras têm armazenadas?
  • Se possuem laboratório próprio? E se está autorizado pelas entidades competentes nacionais (DGS-ASST) para exercer a atividade?
  • Se tem experiência na libertação de amostras para uso clínico? Se sim, quantas amostras já foram libertadas e para que situações?
  • Se possui alguma acreditação específica para a criopreservação do sangue do cordão umbilical (AABB/FACT)?
  • Se o laboratório tem algum programa de monitorização, ao longo do tempo, para as condições em que as amostras são armazenadas?

Estas são algumas questões para uma escolha segura.

 

Hoje, e porque sou uma Mulher da ciência, hoje (2020), não tenho DÚVIDAS. Criopreservar, sim! Há ensaios clínicos a serem realizados e prometem ainda mais, bem como a aplicação prática que já existe e não pode ser negada.

 

Especialista em Saúde Materna e Obstétrica

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